vida

sobre as coisas que aprendi.

faz tempo que não apareço por aqui, mas hoje fiz algumas reflexões que queria registrar. estava lendo alguns textos sobre felicidade, autoconhecimento e gentileza quando tentei trazer os questionamentos para minha realidade. é um bom exercício que recomendo a qualquer um.

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dizer ‘não’ às vezes é importante para se sentir leve e tranquila.
uma amiga uma vez disse que o meu principal defeito é ‘ser legal demais’. eu tenho uma clara dificuldade em negar coisas para as pessoas. mesmo que eu não queira fazer, falar, ir ou comer, eu me sinto mal. mas eu entendi que a leveza de espírito vem quando você deixa ir o que não pode controlar e simplesmente aceita que não dá pra fazer tudo o que se quer nessa vida. e tudo bem. não há nada de errado nisso.

a rotina me realiza como eu nunca imaginei.
quando eu era mais nova, eu sempre quis sair, viajar, conhecer o mundo, morar numa cidade grande dessas que ninguém te conhece e se importa. talvez eu fosse nova demais para perceber que uma das melhores coisas da vida é as pessoas se importarem. e esse se importar, trazer o outro para você, só é possível por meio da convivência, da rotina. é ela que faz o dia a dia ser cada vez mais especial.

a grama de casa pode ser tão verde quanto a do vizinho (só depende dos seus olhos).
sou meio bairrista (e teimosa, porque demorei a perceber essas duas coisas). não gosto quando falam mal da minha rua, do meu bairro, da minha cidade e nem do meu país. por isso, fico sempre procurando o que há de bom pra celebrar. por dois motivos principais: 1) pra me alegrar; 2) pra ter argumentos pra quando alguém falar mal.

eu sei, é um trabalho defensivo. mas eu penso: se eu não defender a minha grama, quem vai? se as pessoas que se importam, que querem o bem e a melhora da sua cidade, do seu país, forem aquelas que só falam mal e saem deles para ‘lugares melhores e mais desenvolvidos’ a tendência é que mais mal permaneça.

é tipo o argumento daquele filme ‘idiocracia‘, sabe? cada vez mais pessoas ‘idiotas’ estão tendo filhos, enquanto cada vez menos pessoas ‘inteligentes’ decidem tê-los. o resultado? a extinção dos ‘inteligentes’ e um mundo dominado por ‘idiotas’. por isso acredito totalmente que gente do bem e que quer o bem tem que se unir e se multiplicar.

otimismo não é viver fora da realidade, mas uma ótima estratégia para tornar a vida mais leve.
me desculpem os pessimistas e os chamados realistas, mas a cada dia que passa eu continuo com a impressão que uma vida otimista só deixa a existência e a convivência mais leve, serena e tranquila. e o que mais eu posso querer, né?

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imagem: pinterest

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sobre impaciência.

a copa começou e, com ela, certos sentimentos se intensificaram.

seja a paixão que explode no peito e faz o corpo inteiro vibrar de alegria por uma partida. seja a impaciência que inflama e faz o corpo inteiro se irritar por um acontecimento.

ouvi essa semana uma frase muito boa que me fez pensar sobre isso: ‘os que vaiam são os mesmos que buzinam’.

afinal, tem algo que revele mais a impaciência e a irritabilidade do ser humano contemporâneo do que buzinar no trânsito?

um segundo depois do semáforo ficar verde; um carroceiro ocupando a pista da direita puxando seu meio de trabalho; um carro que reduz para virar a esquina.

a copa veio revelar nosso melhor e nosso pior. não como brasileiros, mas como seres humanos.

sartre

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imagem: pinterest

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sobre a busca pela felicidade.

eu demorei a perceber, mas nem todas as pessoas querem ser felizes. claro que a gente muda com o passar dos anos (e eu tendo a acreditar que todo mundo melhora quando fica mais velho), mas para viver uma vida feliz é necessário uma certa dedicação. e isso nem todo mundo está disposto a fazer.

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não é segredo para ninguém que eu estou nessa busca. por isso, quando eu vi este material da saraiva conteúdo sobre “filosofia e felicidade” fiquei bastante interessada. o vídeo foi gravado com dois filósofos, professores e escritores: marcia tiburi e mario sergio cortella (que eu tinha visto no filme ‘eu maior‘).

se você se interessa pelo tema, recomendo perder (pra ganhar) 7 minutos para assistir. mas pra quem não está com tempo fiz uma seleção das partes que mais chamaram a minha atenção:

*felicidade é igual a realidade menos expectativa
*uma vida feliz não é uma vida livre de tristeza
*felicidade não é sinônimo de euforia
*a felicidade é o simples. mas o simples não é simplório
*as pessoas podem ser felizes de maneira completamente diferentes

para encerrar: “a felicidade na vida vem daquilo que é essencial: amizade, lealdade, fraternidade, sexualidade… muita gente confunde o essencial com o fundamental. fundamental é o que me ajuda a chegar ao essencial. por exemplo: dinheiro não é essencial, dinheiro é fundamental. sem ele eu tenho problemas. mas ele em si não me felicita. você não compra sexualidade com dinheiro, você compra sexo. você não compra amizade, você compra interesse. […] não é que dinheiro é desprezível, mas em si ele não é suficiente.”

sempre bom lembrar o que é essencial para se viver.

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20 frases da semana (ou ‘um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar’)

começou como uma coisa boba, mas virou um hábito. a cada semana, eu posto as melhores frases que eu escuto ou vejo por aí. as frases normalmente têm algum estímulo positivo de pequenas atitudes que eu acho que preciso aprimorar na vida.

coisa simples, mas que pode fazer uma incrível diferença. porque, aplicadas na realidade, podem mudar a perspectiva. selecionei algumas (até para virar um catálogo de fácil acesso) para quando eu precisar de uma luz no fim do túnel.

1) não se apegue às coisas que te fazem triste.

2) try the best you can. the best you can is good enough.

3) there is a crack in everything, that’s how the light gets in.

4) don’t find fault, find a remedy.

5) olhe para dentro e sorria.

6) a vida já é tão pesada. seja a parte leve.

7) it’s not the cost of the suit that counts. it’s the worth of the man inside it.

8) não é 2014 que tem que ser diferente. é você.

9) primeira resolução para 2014: ter mais planos do que sonhos.

10) faça o favor de facilitar o caminho da esperança.

11) quanto mais você sabe quem é, e o que quer, menos você deixa as coisas te irritarem.

12) tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

13) felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito.

14) ser ativa não é a chave para se manter jovem, mas para se manter viva.

15) às vezes, a gente está condenado a ser feliz.

16) ninguém é mais cruel conosco do que nós mesmas.

17) freedom is what you do with what’s been done to you.

18) cada uno da lo que recibe y luego recibe lo que da.

19) que seus sonhos se encontrem com a realidade.

20) fazer o que a gente não gosta é o pior desemprego do mundo.

mas a minha frase da vida é: practice random acts of kindness.

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sobre mudanças.

ele tinha uma decisão a tomar: permanecer fazendo o mesmo ou mudar. todo mundo já se viu na mesma situação: trocar de emprego, de casa, de vida ou ficar bem quietinho, onde está.

ele tinha uma vida a escolher: a que ele já vinha protagonizando ou uma incerta, porém inteiramente nova que ainda seria formada.

mesmo que as circunstâncias te levem a uma encruzilhada, você ainda tem um momento de escolha. aquela fração de segundo que você decide se vai deixar o rio correndo no sentido natural ou se vai mudar o curso.

mudar, pra mim, é quase sempre bom. na maioria das vezes, me parece a melhor decisão a tomar. a mudança reserva o novo. e ele é empolgante. uma nova chance de ter uma experiência de vida completamente diferente.

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por isso, pra mim não existe mudança pequena demais ou sem importância. se você acredita na mudança como mola de propensão, escolher uma rua diferente já pode ser a porta de entrada para um mundo novo. por que não tentar?

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imagem: design love fest

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sobre autoajuda e pré-conceitos.

ano passado, eu tomei uma decisão: resolvi me ajudar. a vida já não é fácil. e percebi que, se a gente não colabora com a gente mesmo, complica de verdade.

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eu, como (quase) toda jovem de classe média que fez faculdade de humanas, tinha infinitos preconceitos com livros de autoajuda. mesmo eu já tenho identificado que tinha problemas comigo mesma e não dispunha de tempo ($$) para receber ajuda externa (leia-se, terapia), o que me restava era isso mesmo: autoajuda.

eu podia negar, eu podia espernear, mas era uma verdade que eu não podia ignorar: se eu não me ajudasse, ninguém iria. comecei de leve. procurando na internet, lendo escondido. e, vejam vocês, não é que eles realmente me ajudaram?

vida

alguns deles (ex: ‘como encontrar o trabalho da sua vida’ e ‘vista quem você é’) foram realmente transformadores na minha vida. na minha forma de ver o mundo, de enxergar o meu trabalho, de me ver.

comecei, então, uma fase de tentar coisas diferentes. e, mais importante, de não temer ou menosprezar o diferente. um período de deixar alguns preconceitos de lado. coisas simples que a gente aprende com a autoajuda.

oficina

afinal, se algo te ajuda a ser uma pessoa melhor, quem pode falar que é ruim?

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imagens: pinterest, tempo de pipa e oficina de estilo

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sobre a felicidade no dia de hoje.

ele adiava a felicidade. ‘quando mudar de cidade, vou ser muito feliz’, pensava. ‘quando mudar de emprego. quando tiver uma casa própria’. quando, quando… quando? algum dia, que não hoje.

ela também adiava esse sentimento (?). ‘quando achasse um amor, quando tivesse um cachorro, quando fosse mãe’. muitos dias à frente. não ontem, não hoje. quem sabe, talvez amanhã?

quantas pessoas você conhece que são assim? eu não entendo qual é a delas. se a vida é hoje por que a felicidade está no amanhã? não parece muito certo pra mim. e nem estou falando naquele caso hipotético do amanhã não chegar (bate na madeira).

estou falando de se sentir bem com a imperfeição. que, a bem da verdade, é o que a gente tem. é. vive. ou vai me dizer aqui que alguém chegou à perfeição?

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gosto muito de uma frase que vi o fabio maca caligrafar e a oficina de estilo divulgar: feito é melhor que perfeito. porque é realização. é fato real. é vida verdadeira.

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não me entenda mal. sonhar é bom. desejar é bom. mas adiar a felicidade para quando a vida for diferente do que é? pra mim isso é martírio. por que, então, hoje (quando não se tem aquelas coisas que tanto se almeja) tudo bem ser infeliz?

melhor mudar a forma de ver a felicidade do que mudar a sua vida para, então, começar a ser feliz. sei lá, só umas coisas que pensei aqui.

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imagens: pinterest e fabio maca/oficina de estilo

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pequenos relatos do dia a dia #001.

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acordei, nem sinal dela. tentei telefonar para saber quando voltava, nada de me atender.

passei os últimos dias pendurada no telefone tentando saber o que aconteceu. por que era tão sumariamente ignorada? não conseguia entender.

achava que estava tudo certo entre nós. como a gente se engana…

aonde ia, levava o celular à tira colo. “vai que agora eu consigo falar com ela, saber o que aconteceu”, pensava.

desde domingo, meu sono era perturbado por isso. ia se tornando insuportável, incontrolável, incalável (existe? se não, crio!).

resolvi gritar: vivo, devolve a minha internet de casa. isso, definitivamente, não pega bem.

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de fora.

acho engraçado quando escuto alguém falando “no brasil é assim”. sempre penso “de qual dos brasis ele está falando?”. afinal, se uma coisa que não tem no brasil é uniformidade. os costumes, as comidas, as vidas mudam muito com o cep e a classe social.

nem entro no mérito dos clichês de achar que em são paulo todo mundo está à beira de um ataque de nervos ou de que todo mundo no amazonas anda de cipó. a que a gente já superou a era dos preconceitos do desconhecido (assim espero).

também nem preciso pontuar as diferenças pessoais de cada brasileiro: nem todo mundo gosta de samba, nem todo mundo é solícito, nem todo mundo quer ser jogador de futebol. apesar de ser assim que o país é vendido para fora.

parece que existe uma tendência de homogeneização: “os brasileiros são assim”, “as mulheres são assado”, “os gays são de tal jeito” e por aí vai. como se as pessoas pudessem ser reduzidas a poucas características, que influenciam apenas parcialmente na formação da personalidade.

apesar disso tudo, achei interessante os comentários que nove estrangeiros que vivem em são paulo fizeram sobre a cidade (alguns, como se definissem o povo brasileiro). tem uns bem legais, outros fazem pensar bastante, porque nem sempre a gente se dá conta de que pequenos atos geram estranheza ou admiração em quem não é daqui.

alguns destaques:

aqui as pessoas se ajudam. dão informações na rua ou no metrô, seguram sua bolsa no vagão e ajudam a carregar a mala.” (sasha yaklovena, 25, russa, jornalista)

aqui as pessoas não respeitam fila. é normal ver alguém passando na frente e ninguém falar nada.” (kieran gartlan, 46, irlandês, economista)

“as mulheres prendem o cabelo com o próprio cabelo fazendo um nó.” (michelle warmbier, 25, alemã, terapeuta de dança)

“vestir-se bem não é coisa de macho.” (baptiste demay, 26, francês, modelo)

“é mais barato viajar aos eua para comprar um computador do que comprá-lo aqui.” (zhen zhang, 27, chinês, gerente de marketing)

“o brasil é mais bonito do que nos documentários, que só mostram a parte ruim do país.(melanito biyouha, 43, camaronesa, dona de restaurante)

“a mulher aqui não nasce para ser dona de casa.” (aliah khreiis, 37, libanesa, sócia de restaurante)

são paulo às vezes é bem diferente de vitória, cidade onde cresci. e ainda mais ímpar se comparada com conselheiro lafaiete, interior de minas, onde nasci. talvez por ter me mudado algumas vezes, perceba com mais clareza que as coisas no brasil tendem a ser bem diferentes de um lugar para o outro. mas é que quando se é de fora, se consegue ver em perspectiva.

as afirmações das aspas são do texto publicado na última edição da revista sãopaulo, do jornal folha de s. paulo, que circula sempre aos domingos. para ler a matéria completa, clique aqui.

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sobre talentos ocultos.

quando criança, eu gostava de escrever e desenhar. por isso, do alto dos meus 10 anos, criei minha própria história em quadrinhos (nada mais lógico, não é?). eu não queria ler textos prontos (até porque já tinha devorado todos da turma da mônica que tinham em casa). sentia vontade de ver algo do meu jeito. e assim nasceu “a turma da rua de trás” (claro mix de influências de luluzinha a backstreet boys). por mais ou menos um ano, fui feliz assim.

costumava passar férias em contagem (região metropolitana de bh) na casa de uma tia. seu filho era um talentoso ilustrador. desses que nascem com um dom muito claro. minha diversão nas férias era olhar os desenhos dele e fazer os meus (no melhor estilo “inspired”). ele observava uma flor e fazia o desenho em perspectiva. isso, eu não sabia. então, eu observava o desenho dele e fazia igual. isso, eu sabia. por mais ou menos dois verões, fui feliz assim.

nessas, eu criava histórias fantásticas na minha cabeça e escrevia num caderninho (que na época se chamava diário, mas que hoje seria um blog mesmo). as histórias poderiam ser definidas como crônicas, mas naquele tempo eu achava que era invencionices. porque eu não queria escrever sobre o meu dia, mas sobre coisas mais interessantes.

mais velha, na época do vestibular, entrei em crise por me considerar um pessoa desprovida de talentos. olhava para o lado e via meu irmão, gênio da computação, brilhar. olhava para o outro e via meu primo, o ilustrador de nascimento, criar coisas incríveis. olhava pra mim e não via nada. talvez os óculos tenham feito mais falta na alma do que nos olhos.

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eu nunca tinha percebido. mas anos depois ficou claro. o meu talento estava na minha cara e eu não via: a expressão. fosse por palavras, fosse por desenhos, fosse como fosse. quando não faço, sinto falta.

tem gente que acha que eu falo demais. mas considero que falo o que preciso. e às vezes preciso me expressar. desculpa, mais forte do que eu. demorei pra entender (dizem que a gente ganha sabedoria com o tempo, não é?), mas não existe pessoa sem talento. às vezes, ele só está oculto. ou a gente não está com os olhos (e o coração) abertos o bastante.

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